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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Greenpeace

É possível encontrar ativistas do Greenpeace nos lugares mais inóspitos. Os tripulantes dos botes infláveis enfrentam caçadores de baleia no Mar do Norte, escalam plataformas petrolíferas abandonadas e navegam através das zonas proibidas das áreas de testes nucleares.

O Greenpeace usa métodos pacíficos sensacionais para denunciar governos e empresas que violam as leis ambientais. Tais táticas chamam a atenção da imprensa e da população e freqüentemente influenciam as políticas ambientais internacionais.

Nenhum grupo ambientalista é tão ousado quanto o Greenpeace, uma organização não governamental (ONG) que se dedica a preservar espécies em extinção, a proteger o ambiente e a educar a população. Entretanto, o Greenpeace é mais do que um simples grupo de fanáticos em botes infláveis em busca de um pouco de aventura. O Greenpeace Internacional (ou Stichting Greenpeace Council) é uma ONG enorme, com delegações espalhadas por 40 países, inclusive, o Brasil. A organização conta com 2,8 milhões de colaboradores em todo o mundo que fazem doações e trabalhos voluntários. O Greenpeace tem uma grande base de apoio, pois não aceita doações de governos, empresas, partidos políticos ou organismos multinacionais, como as Nações Unidas ou a União Européia.
Embora alguns ambientalistas critiquem o Greenpeace por suas táticas e digam que a organização deveria se focar unicamente em pesquisas e lobby, ele tem tido muito sucesso ao longo de suas mais de três décadas de existência.

Objetivos do Greenpeace

O Greenpeace foi criado em 1971 com o objetivo de impedir que os Estados Unidos realizassem testes nucleares na ilha de Amchitka, na costa do Alasca. O foco inicial do Greenpeace era participar de protestos ecológicos pacíficos, similares ao da ilha de Amchitka, como, por exemplo, fazer visitas às zonas proibidas das áreas de testes nucleares para atrair a atenção do público. Ao longo do tempo, o Greenpeace expandiu seus objetivos e, atualmente, pode-se dizer que a organização luta por seis grandes causas.
  • Mudança climática - como a maioria das organizações ambientais, tem como um de seus principais objetivos a luta contra a mudança climática. A ONG adota uma posição bastante radical no que se refere às fontes de energia: ela considera que a energia nuclear e a tecnologia do carvão limpo, alternativas bastante populares para os tradicionais combustíveis fósseis, são desnecessárias e perigosas. Ela é a favor da energia eólica, da energia solar e dos biocombustíveis. Além disso, o Greenpeace quer que os governos reduzam as emissões de carbono através do comércio de carbono e dos impostos sobre o carbono.
  • Proteção dos oceanos - talvez o Greenpeace seja mais conhecido por suas campanhas de proteção às baleias e a outros animais marinhos. Os programas do Greenpeace têm diversas frentes de defesa dos oceanos, em especial, a luta contra a poluição e contra a pesca abusiva e predatória. 

  • Proteção das florestas antigas - o desflorestamento e o desmatamento das florestas antigas provocam a extinção de diversas espécies de plantas e animais e ameaçam a vida das comunidades cuja sobrevivência depende dos recursos da floresta. O Greenpeace protege as florestas educando a população sobre a origem das florestas tropicais, responsabilizando os governos pelo desmatamento, denunciando a exploração ilegal de madeira e até acampando em cima das árvores para evitar que sejam cortadas. No Brasil, a defesa da Amazônia é um dos principais objetivos do grupo.
  •  Paz e desarmamento - existem no mundo 30 mil armas nucleares e muitos países continuam buscando mais tecnologia para desenvolver cada vez mais armas. Desde sua criação, o Greenpeace vem lutando pela paz e pelo desarmamento. As pesquisas de opinião pública organizadas pela ONG mostram o alto índice de desaprovação das armas nucleares em nações armadas e desarmadas e é com base nesses números que a organização avança na luta pelo desarmamento.

  • Redução de materiais tóxicos nos produtos - muitos produtos, incluindo os eletrônicos, contêm materiais tóxicos e metais pesados difíceis de eliminar e de reciclar. O Greenpeace estuda os efeitos desses produtos químicos na água, no ar e no corpo humano e propõe alternativas mais seguras para substituir os materiais perigosos.
  • Agricultura sustentável - o Greenpeace acredita que as plantações geneticamente modificadas reduzem a biodiversidade e representam uma ameaça ao abastecimento de alimentos. A organização sugere etiquetar todos os ingredientes transgênicos e separar as colheitas modificadas para evitar produtos híbridos indesejados.

A História do Greenpeace

Os canadenses costumam brincar, dizendo que se você entrar em qualquer bar de Vancouver (em inglês), certamente encontrará um fundador do Greenpeace. Porém, embora muitos membros tenham contribuído para o crescimento do Greenpeace, a organização teve sete principais fundadores.

O grupo original começou seus protestos em 1971 quando os Estados Unidos anunciaram um plano para detonar uma bomba nuclear de teste na ilha de Amchitka, na costa do Alasca. Os canadenses se opuseram à idéia não somente porque a bomba de cinco megatoneladas contaminaria a ilha e mataria as lontras, águias e falcões que ali viviam, mas também porque a explosão poderia provocar um maremoto. O grupo de Vancouver, chamado Don´t Make a Wave Committee (Comitê Não Faça Onda), em referência à ameaça eminente de maremoto, logo ganhou o apoio do Sierra Club.
O objetivo do Comitê era alugar um barco, levá-lo até a zona proibida das áreas de teste e impedir que os Estados Unidos detonassem a bomba. A tentativa foi um fracasso e, enquanto o Comitê se despedaçava, um membro sugeriu que eles "fizessem a paz verde" [Weyler]. O nome pegou e, embora a missão à ilha de Amchitka não tenha conseguido impedir que a bomba fosse detonada, o Greenpeace virou notícia, chamando a atenção da população para os testes nucleares e seus perigos.
O Greenpeace ganhou reconhecimento internacional um ano mais tarde quando a organização enfrentou as forças armadas francesas na área de testes nucleares no Atol de Mururoa, no Pacífico. Depois que a tripulação do Vega, navio do Greenpeace, recusou-se a sair da zona proibida da área de teste, um draga-minas francês invadiu a embarcação e prendeu o grupo

O incidente desencadeou uma onda de violência contra o Greenpeace pelo governo francês, que culminou no bombardeio do navio Rainbow Warrior em 1985. Quando o navio atracou em Auckland, na Nova Zelândia, para se preparar para uma viagem à Mururoa, agentes do serviço secreto francês colocaram duas bombas a bordo e explodiram o navio. O bombardeio resultou na morte do fotógrafo Fernando Pereira, que se afogou após a segunda explosão. Inicialmente, o governo francês negou a autoria do ataque, mas acabou assumindo a culpa. O ministro da defesa francês renunciou depois que a Nova Zelândia decidiu investigar o caso.
Apesar da violência de seus oponentes, o Greenpeace não desistiu. Em 1989, a organização comprou uma nova embarcação e voltou à Mururoa e, em 1996, os franceses finalmente pararam com seus testes nucleares em Mururoa.
À medida que o pequeno " Don´t Make a Wave Committee"  foi se transformando no bem sucedido Greenpeace, suas delegações começaram a discutir outros projetos e métodos. A organização expandiu seus horizontes para incluir interesses ambientais além da paz e do desarmamento nuclear.

Organização do Greenpeace

Embora o primeiro protesto do Greenpeace na ilha de Amchitka tivesse um objetivo claro e específico, seus esforços posteriores não contaram com a mesma objetividade. Os membros da organização tinham opiniões diferentes sobre seus objetivos ecológicos. As delegações brigavam por táticas e projetos.
O cientista Paul Spong convenceu alguns membros da delegação de Vancouver a lutar em prol das baleias e a defendê-las dos caçadores. Muitos voluntários foram seduzidos pela causa que acabou definindo o Greenpeace, enquanto outros acreditavam que essa luta era limitada e não tão importante quanto protestar contra os testes nucleares.
Tais desavenças entre os membros do grupo e entre as delegações ameaçavam a solidez do Greenpeace. A organização precisava de um órgão oficial de administração que tivesse um orçamento e uma missão definida. Em 1979, David McTaggart, um dos tripulantes do Vega, fundou o Greenpeace Internacional. Esse foi o começo de uma missão e de um pensamento unificados para a organização.

O Greenpeace Internacional (ou Stichting Greenpeace Council) tem sede em Amsterdã. Sua diretoria é responsável pelo orçamento anual da organização e pela eleição e fiscalização do diretor executivo do Greenpeace Internacional. Os diretores são escolhidos pelos representantes das delegações que, por sua vez, são escolhidos pelas diretorias eleitas pelos membros do Greenpeace. A diretoria se dedica aos seis objetivos acima mencionados. Você poderá saber mais sobre eventos recentes, baleias e bombas nucleares através dos links na página seguinte

O Greenpeace deixa sua marca em todo o mundo com sua frota de botes infláveis e diversas embarcações. São quatro os navios que representam a organização.
  • Arctic Sunrise - o navio que se transformou no Arctic Sunrise era, de fato, uma embarcação de caça às focas. O Greenpeace chegou a confrontar o navio por diversas vezes, antes de comprá-lo em 1996. O Arctic Sunrise fez parte da vitória de Brent Spar e foi o primeiro navio a circundar a ilha de James Ross, na Antártica - um feito, aliás, que só foi possível devido ao aquecimento global.
  • Rainbow Warrior - o navio mais famoso do Greenpeace foi batizado em homenagem a uma antiga lenda indígena que profetiza a chegada dos guerreiros do arco-íris que defenderiam a terra destruída pela ganância do homem. O Rainbow Warrior atual foi lançado em 1989 depois que um ato terrorista do governo francês destruiu o navio original. O Rainbow Warrior ajudou a socorrer as pessoas atingidas pelo tsunami no sudeste asiático em 2004.
  • Esperanza - é o maior e menos nocivo navio do Greenpeace, usado para pesquisas e projetos de longo prazo.
  • Argus - o menor navio do Greenpeace, é usado sobretudo para protestar contra a produção, uso e eliminação de produtos tóxicos. A embarcação também conta com instrumentos a bordo para examinar amostras do solo e da água. 



Uma vitória engenhosa


Em 1995, o Greenpeace conseguiu uma de suas vitórias mais notáveis. A Shell Oil planejava afundar o Spar Brent, um de seus reservatórios de petróleo com capacidade para 14.500 toneladas, localizado no Mar do Norte. Os ativistas escalaram o Spar Brent e enfrentaram ataques de canhão do Reino Unido e da Shell. Embora o Reino Unido tenha assegurado o direito da Shell de afundar o tanque, a empresa acabou cedendo aos protestos e boicotes públicos em toda a Europa e prometeu reciclar a instalação. A ação do Greenpeace contribuiu para a proibição internacional de colocar as plataformas de petróleo no fundo do mar, criando novas formas de exploração.

Brent Spar


David Sims/AFP/Getty Images
Ativistas em cima do Brent Star comemoram a decisão da Shell de reciclar a plataforma

No Brasil

O Greenpeace chegou no Brasil em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92. Sua primeira ação foi um protesto em Angra dos Reis, quando foram asfixidas 800 cruzes em frente a usina nuclear, lembrando as vítimas do acidente de Chernobyl.
Atualmente, a ONG tem várias frentes de atuação no país. Uma das principais são as ações para a preservação da floresta amazônica. Invadindo madeireiras, bloqueando navios com madeira, o grupo trabalha também pela certificação do manejo florestal de madeira.

A batalha contra os transgênicos também inclui invasões e protestos e ações na Justiça pela obrigação da identificação de produtos com tais sementes.
Na questão da preservação dos oceanos, a ONG propõe a criação do Santuário das Baleias do Atlântico Sul. Quanto à energia nuclear, eles lutam contra a ampliação da usina nuclear de Angra dos Reis.

No Brasil, a ONG tem escritórios em São Paulo, Brasília e Manaus

Sarah Dowdey.  "HowStuffWorks - Como funciona o Greenpeace".  Publicado em 05 de novembro de 2007  (atualizado em 27 de junho de 2008) http://ambiente.hsw.uol.com.br/greenpeace3.htm  (15 de abril de 2011)

Um comentário:

  1. nossa sou fascinada pelo trabalho de vocês , amo muito o meio ambiente e sei que seus recursos estão se esgotando. lutaria sim com vocês sem dúvidas. parabéns pelo trabalho.

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Obrigado!
Sua participação é muito importante.
rar.