George Washington (em inglês) foi maçom, assim como Benjamin Franklin, Paul Revere e Henry Ford. Todos esses homens ilustres e influentes foram membros da maçonaria - membros privilegiados da maior e mais antiga irmandade mundial.
Ainda que conte com cinco milhões de membros em todo o mundo, a maçonaria é uma sociedade enigmática. Os maçons alegam que são apenas uma irmandade de pessoas com inclinações semelhantes que se reúnem regularmente para fins de esclarecimento espiritual e intelectual. Os proponentes de teorias de conspiração os vêem como um sigiloso movimento clandestino cujo objetivo é dominar o mundo.
Neste artigo, observaremos o mundo dos maçons. Descobriremos de onde eles se originam, separaremos a verdade das teorias de conspiração e descobriremos o que realmente acontece durante seus rituais.
Lendas de cavaleiros e reis
Se você perguntar a cinco pessoas diferentes sobre as origens da maçonaria, provavelmente ouvirá cinco versões diferentes. Alguns dirão que eles descendem dos antigos druidas. Outros os vinculam ao culto de Ísis e Osíris no Egito (em inglês) antigo. Ainda outros alegam que eles derivam de uma ordem de monges judaicos conhecidos como essênios, formada no século 2 a.C.
De acordo com alguns estudiosos da maçonaria, o movimento traça suas origens à construção do Templo do rei Salomão em Jerusalém, no ano de 967 a.C., evento descrito pela Bíblia no Livro dos Reis. De acordo com essa história, os construtores do templo foram os primeiros pedreiros, ancestrais dos atuais maçons (a palavra "mason" quer dizer também pedreiro, em inglês). A lenda concede papel central ao mestre dos construtores, um homem chamado Hiram Abiff, que alegava conhecer o segredo do templo. Um dia, três homens raptaram Abiff e ameaçaram matá-lo caso não revelasse o segredo. Quando se recusou a falar, Abiff foi assassinado. Depois de descobrir o homicídio, o rei Salomão ordenou que um grupo de pedreiros procurasse o corpo de Abiff e recuperasse o segredo do templo. Os homens não tiveram sucesso, e por isso o rei estabeleceu um novo segredo maçônico. Acredita-se que esse segredo seja a palavra Mahabone, que significa "a porta da Grande Loja se abriu", e hoje é usada como senha para chegar ao terceiro grau da maçonaria.
Domínio Público
Um cavaleiro templário
Um cavaleiro templário
Os maçons e os cavaleiros templários
Os maçons também foram conectados a uma misteriosa ordem conhecida como cavaleiros templários. Esses cavaleiros eram monges que, em 1118, tomaram armas com o objetivo de proteger peregrinos cristãos viajando de Jafa (uma cidade portuária em Israel (em inglês)) para Jerusalém. De acordo com a lenda, os cavaleiros templários descobriram o maior tesouro da história, enterrado sob as ruínas do templo do rei Salomão. Os cavaleiros se tornaram tão ricos que se tornaram alvo de inveja e suspeitas. Em 1307, o rei Felipe 4º da França ordenou a prisão de todos os templários, de modo que pudesse se apoderar de sua imensa riqueza. O que aconteceu aos templários depois de seu aprisionamento continua sendo um mistério, mas há quem diga que eles passaram a viver na clandestinidade e a realizar seu trabalho em segredo, ressurgindo na Europa do século 18 como os modernos maçons. Existe até uma teoria de que os templários, em seu desejo de vingança contra o rei Felipe 4°, influenciaram o início da Revolução
Maçonaria moderna
Por volta do século 18, os maçons haviam evoluído, de uma guilda para uma organização de homens com uma filosofia muito distinta. Favoreciam a tolerância religiosa de preferência às normas severas da Igreja Católica e apreciavam o diálogo intelectual com seus irmãos. A maçonaria estava muito em moda, e seu quadro de membros estava mudando. Embora inicialmente apenas maçons "operativos", ou trabalhadores, fossem admitidos à organização, aristocratas e artistas, definidos como maçons "especulativos", começavam a ser aceitos, e com isso a maçonaria de certa maneira se converteu em um clube para cavalheiros.
Os modernos maçons nasceram em 1717, quando quatro lojas maçônicas em Londres, Inglaterra (em inglês) , se combinaram para formar a primeira Grande Loja, dotada de autoridade sobre todas as demais lojas no país. Grandes Lojas logo surgiram na Irlanda (em inglês), Escócia (em inglês) e Itália (em inglês), e, por volta de 1730, estavam se espalhando por toda a Europa. Em 1723, um maçom escocês chamado Dr. James Anderson escreveu "Constitutions of the Freemasons" [constituições dos maçons], o primeiro conjunto oficial de normas e estatutos para o grupo. Alguns homens acreditavam que os rituais maçons detivessem os segredos do Universo, transmitidos diretamente à ordem por Deus.
Embora os maçons se sentissem muito satisfeitos com a sociedade que haviam criado, nem todos compartilhavam de seu entusiasmo. Governos e a Igreja suspeitavam do sigilo da organização e de suas crenças religiosas liberais. Em 1737, o rei Luís 15 proibiu a maçonaria na França. Um ano mais tarde, o Papa Clemente 12 proibiu os católicos de aderir à maçonaria, sob pena de excomunhão, e o governo português fez da adesão à maçonaria um delito passível de pena de morte.
Maçons e Igreja
A despeito de sua crença em um Ser Supremo e de sua rigorosa moralidade, os maçons jamais foram vistos de maneira favorável pela Igreja Católica, provavelmente porque rejeitavam os ensinamentos do catolicismo. Diversos Papas condenaram a prática e excomungavam os católicos que aderissem ao movimento. Em 1884, o Papa Leão 12 se referiu à maçonaria como "o reino de Satã".
A maçonaria nos Estados Unidos
Com toda a controvérsia que cercava a maçonaria na Europa, não é de se admirar que seus membros também tenham saído em busca de paradeiros mais amigáveis. No século 18, os maçons chegaram à América e estabeleceram lojas em Boston e Filadélfia (embora continuassem sob o controle do Grande Mestre provincial da Inglaterra). Em 1731, Benjamin Franklin aderiu à loja de Filadélfia, e se tornou seu mestre três anos mais tarde. George Washington foi iniciado como maçom em 1752.
Enquanto o país ainda começava a se preparar para escapar ao domínio britânico, consta que os maçons estavam entre os principais instigadores da revolta. Existe uma história de que havia maçons entre as dezenas de homens que, disfarçados de indígenas, abordaram três navios britânicos no porto de Boston, em 16 de dezembro de 1773, e lançaram centenas de caixotes de chá ao mar, o evento que deflagrou a revolução dos Estados Unidos. A presença de maçons na chamada "festa do chá em Boston" é discutível, mas não existem dúvidas de que havia integrantes do movimento entre os signatários da declaração da independência e da constituição dos Estados Unidos.
Depois da revolução, as lojas maçônicas norte-americanas se separaram de sua origem britânica e foram reorganizadas sob o controle de Grandes Lojas estaduais. Embora essas lojas jamais tenham sido centralizadas sob qualquer autoridade formal, elas se reconheciam como fraternidades mútuas. Duas formas diferentes de maçonaria vieram a existir nos Estados Unidos, o rito escocês (que segue as tradições inglesas) e o rito de York (que segue as tradições francesas).
- pelo uso de um fez vermelho, em tributo à herança árabe da organização;
- pela atitude descontraída - os membros muitas vezes são palhaços em circos e festas populares;
- pela grande filantropia - os shriners operam hospitais em todo o país que tratam crianças gratuitamente
A questão da religião e da irmandade
Muita gente imagina que os maçons sejam uma organização religiosa. Embora eles aleguem que não são mais religiosos que um Rotary Club ou outra organização social, seus rituais têm um forte componente espiritual.Pessoas de todas as religiões são bem-vindas na maçonaria, e a religião jamais é discutida abertamente durante as reuniões. No entanto, cada membro precisa professar a crença em um Ser Supremo universal, ao qual os maçons se referem como o "Grande Arquiteto do Universo". Como no caso da maioria das religiões, espera-se dos maçons que sejam pessoas de moral irretocável. Os membros prestam juramentos com base no Livro da Lei Sagrada, o qual, a depender da Loja, pode ser o Velho Testamento judaico, o Novo Testamento cristão ou até o Corão islâmico.
Admissão à irmandade
Os novos maçons começam como aprendizes. Durante a cerimônia de iniciação, os maçons relatam a construção do templo de rei Salomão e o assassinato de Hiram Abiff. O novo membro é vendado e abordado por três homens que lhe ordenam revelar segredos da maçonaria. Ele jura que não contará, e depois finge morrer e ressuscitar como maçom.
Os maçons devem, em seguida, ascender por mais dois graus, maçom autônomo e mestre maçom, depois que se tornaram capacitados nas lições referentes aos seus graus anteriores. À medida que o membro galga a escala dos graus, ele aprende mais e mais segredos da maçonaria.
Quando ele ganha o direito ao grau de mestre maçom, o membro pode atingir a Suprema Ordem do Sagrado Arco Real, momento no qual o nome do Grande Arquiteto do Universo enfim lhe será revelado. Consta que o nome é Jahbulon - Jah para Jahweh, o Deus dos hebreus; Bul para Baal, o antigo deus de fertilidade de Canaã que era considerado maligno por competir com Jahweh pela fé dos hebreus; e On para Osíris, o antigo deus egípcio do submundo.
Os maçons de cada nível juram jamais revelar os segredos da ordem. A punição por desrespeitar o juramento se torna progressivamente mais severa à medida que os graus são galgados. No caso de um aprendiz, ele tem a língua arrancada; um maçom livre tem o coração arrancado; as entranhas de um mestre maçom são queimadas; e um arco real tem o topo da cabeça decepado (muitos maçons contestam essas informações, no entanto, afirmando que seus ritos não são nada de tão sinistro).
Embora a maioria dos maçons jamais passe do terceiro grau, quase todas as fontes concordam em que existem 33 graus no total. O rito York inclui apenas os 13 primeiros deles, e estes diferem da nomenclatura adotada pelo rito escocês. Também pode haver diferenças de jurisdição a jurisdição:
Tradições maçônicas
As fundações da maçonaria são os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Os membros devem acreditar em Deus, respeitar a moral, praticar filantropia e cumprir as leis dos países em que vivem. Ainda que o propósito de suas reuniões seja o debate intelectual, qualquer menção a política ou religião é proibida.A maçonaria é composta por grupos chamados Lojas, que juram aliança a uma Grande Loja ou Grande Oriente (nos EUA, há usualmente uma por Estado). Cada Loja precisa ser licenciada oficialmente pela Grande Loja, e recebe um nome, número e título. Cada loja mantém um regimento próprio. Os membros de cada Loja têm senhas, apertos de mão e sinais secretos que permitem que se reconheçam.
Foto cortesia da Raleigh Lodge 770-Memphis Vista interna de uma loja maçônica |
Os dirigentes de uma loja incluem um mestre, um guardião sênior (que ajuda o mestre e assume suas responsabilidades quando o mestre não está presente), um guardião júnior (que garante que os maçons em visita disponham das credenciais corretas), um tesoureiro (que recebe as taxas dos membros e paga as contas da loja), um secretário (encarregado das atas de reuniões e outras tarefas administrativas), um diácono sênior (que orienta os visitantes e os novos membros da loja) e um diácono júnior (que serve como mensageiro da casa). A depender da loja pode haver também um Guarda Interno (responsável pela guarda da porta), um capelão (que conduz as orações), um diretor de cerimônias (que garante que os rituais estejam sendo seguidos devidamente), e um organista. O mestre, eleito por voto secreto, deve garantir que os membros da loja cumpram as normas.
Os ícones da maçonaria são altamente simbólicos. O principal símbolo é um esquadro e um compasso em torno de uma letra "G". O G representa Deus (God), ou, alternativamente a geometria sagrada dos maçons operacionais originais; o esquadro encoraja os membros a agirem de forma reta com todas as pessoas; e o compasso responde pela criação de limites na vida. Os maçons usam um avental característico, decorado com os emblemas da organização.
Dado o sigilo que caracteriza a maçonaria, não surpreende que numerosas teorias da conspiração tenham sido desenvolvidas sobre o grupo ao longo dos anos. Os proponentes dessas teorias acusaram os maçons de toda espécie de crime, de satanismo a envolvimento no assassinato do presidente John Kennedy. Alguns alegam que as fileiras mais baixas da organização servem apenas de fachada aos maçons de grau mais elevado, que segundo essas teorias estariam envolvidos em conspirações para dominar os governos e instituições financeiras mundiais.
Ao longo de sua história a maçonaria vem sendo alvo de suspeitas. Acreditava-se que ela tivesse provocado a Revolução Francesa e a dos Estados Unidos (em associação com os Illuminati), e seus membros foram acusados de diversos assassinatos.
A oposição aos maçons
A oposição aos maçons atingiu seu pico nos Estados Unidos em 1826, quando um antigo maçom chamado William Morgan escreveu um livro chamado "Freemasonry Exposed" [a maçonaria exposta]. O livro supostamente revelava diversos segredos sobre o grupo. Em resposta, três maçons raptaram Morgan e o levaram até a fronteira do Canadá. O que aconteceu em seguida é alvo de discussões. Uma versão diz que os raptores afogaram Morgan no rio Niagara. Outra diz que ele escapou, atravessou a fronteira e viveu o resto da vida no Canadá. A despeito da falta de indícios claros sobre o caso, o incidente causou ainda mais ira contra os maçons, a quem muitos norte-americanos viam como assassinos. Um movimento de oposição à maçonaria surgiu no país, equipado de jornais e até de um partido político. A maçonaria perdeu muitos membros como resultado. O número de lojas em Nova York caiu de 480 em 1825 a 75 apenas 10 anos mais tarde. Foi só quando o país começou a se preocupar com a guerra civil que os maçons voltaram a ganhar popularidade.
Na verdade, não existe base factual para qualquer uma das teorias de conspiração sobre os maçons - da sugestão de que eles traçaram os contornos das ruas de Washington, D.C. em forma de pentagrama (um signo de ocultismo) à idéia de que estiveram envolvidos de alguma maneira nos homicídios praticados por Jack, o Estripador, na Londres do século 19. Mas enquanto os maçons continuarem a se ocultar por trás de um véu de segredo, as questões - e acusações - sobre eles provavelmente continuarão.
Na verdade, não existe base factual para qualquer uma das teorias de conspiração sobre os maçons - da sugestão de que eles traçaram os contornos das ruas de Washington, D.C. em forma de pentagrama (um signo de ocultismo) à idéia de que estiveram envolvidos de alguma maneira nos homicídios praticados por Jack, o Estripador, na Londres do século 19. Mas enquanto os maçons continuarem a se ocultar por trás de um véu de segredo, as questões - e acusações - sobre eles provavelmente continuarão.
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