Ilíada
© istockphoto.com / Jo Unruh
Estátua de Aquiles, um dos grandes heróis gregos da "Ilíada"
A “Ilíada” narra os acontecimentos envolvendo as disputas entre gregos (aqueus), troianos e deuses em torno da conquista de Tróia, fato que teria ocorrido por volta do ano 1.200 antes de Cristo.
O texto escrito provavelmente quatro séculos depois é atribuído a Homero, que pode ser o autor também da “Odisséia”, outra importante narrativa épica.
Em quase16 mil versos divididos em 24 cantos, a “Ilíada” mostra a fase final das batalhas entre gregos e troianos, num conflito em que os deuses do Olimpo tomaram partido e se envolveram nas disputas.
No centro da trama está a cólera de Aquiles, um invencível herói grego, filho da deusa Tétis, dotado de força e valentia sobre-humanas, mas que não é imortal.
Sua ira inicial é contra Agamenon, líder do exército grego, que lhe roubou Briseida, integrante da realeza de Tróia capturada pelos gregos e pela qual Aquiles se apaixonou.
Após essa afronta, ele e seus lendários soldados mirmidões se retiram do combate contra os troianos.
A saída de Aquiles marca o início das vitórias dos exércitos de Tróia, liderados pelo príncipe Heitor, irmão de Páris que ao fugir com Helena, esposa do rei grego Menelau, iniciou a guerra entre os dois povos.
Mas a cólera de Aquiles se voltaria novamente contra os troianos após eles matarem Pátroclo, seu melhor amigo.
A fúria de Aquiles principalmente contra Heitor levará os gregos à vitória.
Mas o orgulho e a falta de piedade de Aquiles serão postos à prova no final, num processo que mostrou a humanização do até então invencível herói grego.
A “Ilíada” foi reconhecida como a narrativa da primeira grande aventura dos gregos como um povo unido, além de mostrar a primeira vitória da civilização “européia”.
Os valores envolvidos na guerra, como honra, orgulho e glória, e as manifestações da alma, como as paixões, a dor pelas perdas e a consciência da finitude do ser humano, fizeram da “Ilíada” uma lenda universal.
Rei Arthur
© istockphoto.com / Ethan Myerson
Há muitas dúvidas sobre a real existência do Rei Arthur, mas alguns historiadores e arqueólogos já consideram que um heróico guerreiro com tais características pode ter existido entre os séculos 5 e 7.
Entre outras possibilidades, ele poderia ter sido um rei galês ou um militar romano.
Sua proeza teria sido liderar os habitantes da atual Grã-Bretanha contra invasores.
Desde então, começou-se a construir a lenda sobre um rei dos bretões, líder de virtuosos cavaleiros que se reuniam em torno de uma mesa redonda.
O primeiro registro histórico sobre Arthur aparece na obra “Historia Britonnum”, escrita por Nennius em 796.
Ele teria conduzido seu povo à liberdade após vencer doze batalhas contra cruéis invasores.
Os folclores galês e celta forneceram à lenda do rei Arthur elementos místicos e históricos.
Entre eles, a figura do mago Merlin, da Dama do Lago, da espada Excalibur e da ilha mágica de Avalon.
Ao longo dos séculos com a crescente influência do Cristianismo a lenda se fundiu com a da busca do Santo Graal, sendo Arthur e seus cavaleiros incumbidos de buscarem o cálice sagrado.
Essas inúmeras influências fizeram com que a história ganhasse uma série de variações.
A popularidade da narrativa fora da Grã-Bretanha se deu a partir da publicação da obra “Historia Regum Britanniae”, escrita por Geoffrey de Monmouth no século 12.
Desde então, foram incorporados temas como o relacionamento adúltero entre Lancelot, um dos cavaleiros da Távola Redonda, e Guinevere, a esposa de Arthur, ou o fato de que ele precisou retirar Excalibur de uma rocha para provar ser o herdeiro do trono.
Nessa lenda que narra a união do povo que formaria a Grã-Bretanha, a luta do bem contra o mal e o poder do amor são os principais temas, e são também o motivo dela continuar a gerar inúmeras versões literárias e cinematográficas.
Fausto
A trajetória de um homem que viveu onde hoje é a Alemanha no século 16 está na origem de uma das mais famosas e influentes lendas de todos os tempos.
Segundo testemunhos de vários contemporâneos a ele, um homem conhecido como Fausto era um viajante charlatão que se aproveitou da credulidade e da superstição de pessoas ignorantes.
Suas habilidades em ganhar dinheiro, suas ligações com magia negra, sodomia e adivinhações e sua morte repentina e violenta foram relatados como fruto de seu pacto com o Diabo.
© istockphoto.com / Eva Serrabassa
A lenda de Fausto não foi a primeira a narrar sobre os acordos entre homens e Satanás, em que trocavam suas almas por poder, riqueza e conhecimento.
Desde os primeiros tempos do Cristianismo esses pactos eram comumente relatados na cultura popular.
Mas foi a história de Fausto a que acabou se consolidando como a mais famosa lenda sobre o assunto.
Em 1587, foi publicada a primeira versão literária na qual Johan Fausten, um ex-estudioso de teologia ávido por ter todas as coisas no céu e na Terra, fez um pacto com Mefistófeles.
Além disso, uma versão teatral da lenda, escrita no começo do século 17 pelo dramaturgo inglês Christopher Marlowe, ajudou a tornar cada vez mais popular pela Europa a história de Fausto.
Mas a versão definitiva viria com a obra-prima escrita entre 1808 e 1832 pelo autor alemão Johann Wolfgang von Goethe.
O Fausto de Goethe mistura filosofia, teologia, mitologia, ciência, economia para transformar a lenda numa metáfora do Iluminismo e da cultura ocidental.
A lenda de Fausto continuou a ganhar versões na literatura, dramaturgia, música erudita, ópera e cinema.
E pensar que tudo começou com a versão popular da vida de um obscuro homem ambicioso de má reputação, que foi contemporâneo de gente famosa como Nostradamus, Paracelso e Martinho Lutero.
Drácula
A lenda de criaturas imortais que deixam seus sepulcros durante a noite na forma de morcegos para sugar o sangue dos humanos se tornou popular durante o século 18 no Reino da Hungria, que incluía a Transilvânia.
A narrativa ganharia o mundo no final do século 19 com a versão literária feita pelo irlandês Bram Stoker. Em “Drácula”, Stoker deu formas góticas ao conto folclórico que assombrava a população eslava.
Os eslavos acreditavam que os mortos que não se decompunham na sepultura tornavam-se vampiros. Para evitar que isso acontecesse eram feitos rituais pagãos em que uma estaca era fincada na sepultura de forma a atravessar o coração do morto ou o corpo era exumado e queimado.
O folclore da região sobre vampiros se misturou com as narrativas sobre a vida de um personagem histórico para alimentar as lendas.
© istockphoto.com / Fanelie Rosier
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado!
Sua participação é muito importante.
rar.