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sábado, 17 de julho de 2010

Sabarenses Culturais por Sérgio Alexandre

Julho é para nós sabarenses importante referência do momento de maior movimentação artística e cultural do município.
Desde muitos novos acostumamos com este instante muito especial que, certamente, já serviu de cenário ou ditou a trilha sonora de alguma aventura vivida neste mágico mês de julho Sabarense.
Todos tem uma história que se passa em julho, durante o aniversário da cidade.
Mas espere... Aniversário da cidade?
Será mesmo?
Não. A bem da verdade o que comemoramos é a elevação de Sabará a categoria de “Villa”.
Com a descoberta do ouro a região de Sabarabuçu tornou-se alvo de aventureiros o que fez surgir diversos arraias por onde quer que se encontrasse o precioso metal.
Assim, o ato assinado pelo então governador capitão general Antônio de Albuquerque, em 17 de julho de 1711, criando a Vila Real de Nossa Senhora Da Conceição do Sabará unificava os arraias numa nova forma administrativa o que também facilitaria a fiscalização por parte da corroa das riquezas encontrada em Minas Gerais.
A nova Villa Real, compreendiam, além do arraial de barra do Sabará ( atual centro histórico), Santo Antônio de Roça Grande, Pompeu, Lapa (atual Ravena), Congonhas do Sabará (atual Nova Lima), Curral Del Rey (atual Belo Horizonte), entre outros.
Das três primeiras Villas mineiras, Sabará era de maior território, a extensão territorial de Ouro Preto e Mariana juntas não chegavam a metade. O território original de Sabará abrangeria hoje mais da metade dos 853 municípios do Estado de Minas.
Importante ressaltar que os 299 anos que comemoramos neste 2010 não representava a idade de Sabará. A sua descoberta se dá em 1675, ou até mesmo antes, o que nos faz comemorar, de quebra, 335 anos de existência.
Isto nos obriga a evidenciar a importância de Roça Grande para a história de Sabará por ser o povoado pioneiro no surgimento de Sabará. Assim, antes da proteção do manto maternal de Nossa Senhora da Conceição, tivemos a luz do cordão de Santo Antônio.
Instituída a Comarca do Rio das Velhas em 1714, com sede na Villa Real do Sabará, a nossa posição geográfica nos consolida como um dos mais prósperos centros comerciais. A extensão territorial da Comarca era imensa, fazendo limites com Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Goiás.
A Villa Real foi, por mais de um século, o maior empório comercia de Minas Gerais e o maior centro de ourivesaria do Brasil, com uma produção de finas jóias e alfaias de delicada fatura que destacavam nas funções religiosas pela beleza e bom gosto.
Com o ouro em abundância, a afirmação da fé e as novas obrigações administrativas, levaram a construção de monumentos civis e religiosos, que hoje constitui em uns dos mais significativos, importantes e belos patrimônios históricos e artísticos do país.
Há alguns fatos curiosos ocorridos na Villa Real que chamam a nossa atenção. Por exemplo: Em 1823 o Imperador D. Pedro I conferia a Villa Real o título de “Fidelíssima”, por esta não ter participado de movimentos revoltosos. Porém em 1831, em cerimônia no Teatro de Sabará, antiga Casa da Ópera, Ao protocolar “ Viva Imperador Pedro I” houve em resposta “ Enquanto for Constitucional “. Instala-se grande mal estar no Teatro. No dia seguinte interrompe a sua visita a Minas e abdica em favor do filho D. Pedro II, ainda menor. ( mas histórias a parte, vamos nos preparar para curtir mais um julho em Sabará. Curtir as barraquinhas. Ver os espetáculos no Teatro, aplaudir músicos e artes plásticas, doceiras e artesãos, enfim curtir um aniversário de Sabará.
Parabéns povo de Sabará.


Matéria da Gazeta Popular - Ano I - Edição I - 2010
Observação: Sérgio Alexandre, sua esposa Ângela, e eu;  fizemos parte do elenco que levou Édipo Rei em 17 de julho de 1976. ( há 34 anos )

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